sábado, 20 de agosto de 2011

Quando tudo foi Ficando Para Trás

Tinha tudo. Até começar a frequentar a escola:
Minha mãe um dia bateu a cabeça na porta do meu quarto e um galo enorme e roxo tomou conta de todo o seu rosto que era tão miúdo. Não queria ir, pensei que ela fosse morrer. Chorei na aula, quebrei os óculos. Todos riram da minha dor;
Desenhava vestidos e não bobagens como as férias em família e já entrei na escola conhecendo a leitura, os planetas, as cores e o corpo humano. Eles riam;
Brinquedos infantis com areia, balanço e gira-gira sempre me deixavam suja ou tonta, ou pior me faziam vomitar em público. Eles riam;
No dia das mães, a minha chegou atrasada e eu me senti muito solitária, não contive as lágrimas de tanto pavor, uma cartolina amarela em forma de flor com um elástico destacava ainda mais minha cara inchada. Todos se enfureceram;
Na hora dos esportes, pior ainda, crianças quietas não devem ser expostas...
Eu não pertencia ao time.
Eles arranhavam meus óculos na pedra
Batiam no lápis e estragavam meus desenhos
Às vezes era preciso levar minha irmã comigo, para não parecer tão solitária...
Casa das avós, só nos finais de semana. Assim uma pausa para ter vida.
Um alento, um alívio.

Um Tomara-que-caia que virava saia Parte III


Em uma pão fatiado com margarina se chamava “boizinho”, na outra, yogurte natural feito na máquina servido em potes de vidro (que o vizinho, seu Latino, também fazia para nós de vez em quando, porém como gelatina de morango, para ficar cor de rosa);
Em uma a roupa de cama era azul clarinha, na outra haviam duas geladeiras-uma só para doces!
Em uma a gente decorava o nome dos artistas, na outra, subíamos no chafariz da praça vestidas de fada e bruxa;
Em uma, assistíamos à todas as novelas, em outra roubamos o carrinho “Snoopy” no mercadinho e fomos pegas no flagra sem entender ( teria sido meu primeiro crime!);
Em uma os vizinhos Tiaguinho e os irmãos Júlio Antônio e Júlio Eduardo passavam tardes com a gente, na outra nós fazíamos esculturas de gesso da Disney e tentávamos vender na Casa Muller e na Farmácia Mottin (sem sucesso!)
Em uma, a louça era cor de rosa, na outra, não perdíamos um concurso de Miss Brasil, onde sempre se escolhia o vestido favorito!
Em uma íamos ao circo e uma vez o elefante chutou uma grande bola colorida e eu consegui pegar (depois meu primo a deixou cair em um espinho e ela se foi, como chorei!), na outra a prima perfeita sempre chegava com novidades e suas bonecas intactas (quando as minhas já estavam destruídas);
Em uma vestido de prenda o ano inteiro, na outra carnaval nos Clubes da vizinhança com todos os primos;
Em uma Sílvio Santos o domingo inteiro, na outra, missa para passear na Igreja;
Em uma eu mamei no peito até os 06 anos de idade (juro, ela tinha leite), na outra eu queria um anel igual ao da minha prima;
Em comum: minha sacola com lápis colorido, pijama, um casaquinho (até hoje) caderno e canetinhas, “O Pequeno Príncipe”,desenhista em qualquer lugar, mas aí já é outra história!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Memória Afetiva 19.08


Memória Afetiva
Com a alegria de sempre, o querido casal Sebaldo e Zica Rosenbach na boda de Nicolau e Juliana Kroeff

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um Tomara-que-caia que virava saia- Parte II



Em uma se esperava a tia com sotaque de São Paulo, na outra a prima de Novo Hamburgo;
Em uma se cantava a música das caveiras que se amavam, na outra a gente tinha medo da adega debaixo da escada;
Em uma eu não ia no banheiro sozinha, na outra eu ia escanteio em dia de canastra;
Em uma a gente tomava Guaraná Polar o dia inteiro, na outra a gentia via as revistas Mon tricot e Burda
Em uma se subia ( e se caía ) da goiabeira, na outra tinha uva dedo de dama na parreira
Em uma o espanador era a “velha fuca” na outra o laboratório de borboletas era na garagem;
Em uma passeio de moto com primo, na outra as peripécias da tia recém solteira;
Em uma eu queria ser a Lídia Brondi, na outra se ouvia Julio Iglesias e Roberto Carlos;
Em uma eu perturbava as amigas do víspora, na outra moedas para o álbum de figurinhas dos ursinhos carinhosos, dos Menudos e do Roque Santeiro (sim da novela!)
Em uma eu namorava o Fábio Jr., na outra eu freqüentava junto o Salão da Dinorah e pedia para ficar embaixo do secador de cabelos, só um pouquinho!
Em uma palavras cruzadas, na outra escolhíamos as roupas na’Princesa;
Em uma tesoura quente para cachear os cabelos e jogo do anel (com fio de cabelo) na outra fuxicava o guarda-livros e o gabinete;
Em uma a turma do vizinho que só fazia “anarquia”, na outra, pão em forma de pombinha e Nescafé;
Em uma a gente rezava à meia luz e pedia por toda da a família, sem esquecer de ninguém, na outra “durma com Deus Deus te proteja” e havia um mosqueteiro que parecia uma barraca sobre a cama;
Em uma se esperava a hora de tomar banho de banheira, na outra banheira ao ar livre: só no verão!


Madrinha de Crisma?


Minha tia Martha
Minha tia doida
Minha tia que casou numa noite de dilúvio
Minha tia que adora o Sidney Magal
Que toca violão
Que trocava de marido-hoje não mais
Ouvindo Fagner
Fazendo carão na praia
Nos levava no trem fantasma
Me passava batom roxo
Tem amigas trnaslumbrantes
Me dizia: parece a Julia Roberts
De onde saiu esse tal Sepultura?
Minha tia quando ama-AMA
Ama filmes de terror
Ama um cigarrinho
Ama seu pezunguinho
Ama rir do destino e das coisas da vida
Ama o tio Markiinhos-ainda bem senão ia sobrar pra mim
Os óculos de sol
A cachorrinha de estimação
As mulatas que pintou
Minha tia é uma atriz pronta-quem falou foi o Gilberto!
Me conhece e me desconhece como ninguém, pois acredita que sou perfeita
ou é sina de madrinha?
Mas nem fiz a tal crisma, fiquei feia que bastou na 1ª comunhão
Ela não liga, é sagitário acredita nas coisas,coisas do coração!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Nonny-Thank You For All


O primeiro disco de vinil que ganhei foi "Like a Prayer" e para mim continua sendo insuperável!
O primeiro cd que ganhei na vida foi "The Imaculate Colection",quando fiz 11 anos...quando tudo mudou...
No mesmo natal a primeira biografia-não autorizada, primeira de uma série de três que foram adquiridas mais tarde e que fazem parte do acervo que deixarei para Maria Cecília! (Espero que ela goste)
O show Blond Ambition gravei no vídeocassete e decorei as coreografias, que depois de muitos ensaios, apresentava para a turma (irmã e primos)
Como queria ser blond!
Em todas as suas fases, sempre algo novo e sempre amada!
Quando tive o ingresso na mão, em 2008, outras alegrias,Marcelo e Fabi, amigos very cool-só poderia ser com eles, a maior emoção foi vê-la mesmo que de longe pessoalmente, ver como essa pessoa, essa artista que amo desde sempre, e que recortava das revistas Bizz era exatamente como imaginava!
Hoje vou levar suas músicas para meus alunos, obrigada por nunca me decepcionar!
Isso é tão valioso quanto uma jóia, isso é amor!

Um tomara-que caia que virava saia


Sempre se inventa, se inventa o que é de sempre. Fui criada solta, dividida entre as casas das minhas duas avós: uma mais ensolarada, onde fica hoje o "Barriga Cheia" onde se podia tudo, e uma mais comportada, e imponente, em frente à praça.
Em uma se regava as plantas e corria com a cachorra que era quase um porco, a Teca, na outra eu aprendia tricô, a tomar café na xícara de princesa e a me sentar como uma menina.
Em uma eu comia funcho e grama e a vó fazia todinho feito em casa que se tomava com uma bomba de chimarrão que era o meu canudo,e ouvia os discos da Chispita.Na outra eu ia à padaria do Conka comprar pão cabrito e leite que era enrolado no jornal e na feirinha da São João.
Em uma os vidros de perfume da penteadeira de louro com 3 espelhos que me multiplicavam eram princesas e príncepes em um baile. Na outra, sentávamos na varanda para ver o carnaval e as debutantes passarem.
Em uma se jogava domimó e devagar se vai ao longe. Na outra usávamos salto alto, vestidos e estolas de pele para sentarmos no sofá de veludo bordô, que fazia parte do cenário,claro.
Em uma víamos os filmes "O Príncipe e o Mendigo", "A Lagoa Azul", "A fúria de Titãs" e é claro, "...E o Vento Levou"-sempre que passavam na tv. Na outra assistíamos "Os trapalhões" e "Roque Santeiro".
Em uma fazíamos casamentos com os guris da vizinhança. Na outra,shows como vedetes e show de calouros saindo por trás das cortinas, que ocupavam a parede inteira.
Em uma a blusa tomara-que -caia virava saia e a gente andava descalça. Com a outra, fui á loja Cinderela comprar meu primeiro par de botas brancas.
Em uma sempre se tinha ingressos para o circo e para o parque, que quando vinha se instalava ali perto. Na outra, se comia oferendas deixadas pela umbanda na praça.
Em uma se decifrava os planetas, as bandeiras e o corpo humano nos livros. Na outra fugíamos do Macaco da Barateira!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Atendendo A Pedidos-Fotos Memória Afetiva

Inacreditável e inesperado o sucesso que a seção "Memória Afetiva de nossa coluna no O Progresso tem feito, ligações, e-mail e abraços de agradecimento que me deixaram muito feliz, afinal, como dizem por aí, recordar é viver,a partir desta semana teremos essas fotos aqui no blog, começando do começo:



Iniciando essa nova sessão, na Mostra Modistas de Montenegro, no Museu Municipal em abril de 2005, Lya Petry Seelig e Neci da Rocha Moreira, filha de Izidora, que foi pioneira neste espaço



Na terceira edição do Moda & Chá, Marta Zago e suas belas filhas Roberta e Paulinha



Em homenagem ao dia dos pais, que será no próximo domingo, uma foto de pai e filha, Luceval e Rogéria da Rosa em sua formatura. Luceval, que também é pai do Paulinho, nos próximos dias, será avô de Miguel. Dupla comemoração!

Para Maria Cecília -Um poeminha


Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim

Ao Que Vai Chegar -Toquinho


Voa, coração

a minha força te conduz

que o sol de um novo amor em breve vai brilhar

Vara a escuridão, vai onde a noite esconde a luz

Clareia seu caminho e acende seu olhar

Vai onde a aurora mora e acorda um lindo dia

colhe a mais bela flor que alguém já viu nascer

e não se esqueça de trazer força e magia,

o sonho e a fantasia, e a alegria de viver

Voa, coração

que ele não deve demorar

e tanta coisa a mais quero lhe oferecer

O brilho da paixão, pede a uma estrela pra emprestar

e traga junto a fé num novo amanhecer

Convida as luas cheia, minguante e crescente

e de onde se planta a paz,

da paz quero a raiz

E uma casinha lá onde mora o sol poente

pra finalmente a gente simplesmente ser feliz



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Merendeira da Simony


O que mais pode nos impressionar e fazer rir de alguns fatos é perceber que a criança que fomos um dia,essa que vive dentro da gente, sempre foi a mesma. dias desses lembrei dessa: a primeira merendeira que eu ganhei para ir á escola (sim lancheira se chamava merendeira por esses pagos!) era amarelo-claro, vinha com a garrafinha térmica, na qual eu levava Pepsi (1/2 litro) e na parte externa, havia uma figura bem sem graça com um desenho da Capéuzinho vermelho...um horror!
Na época (1984), ainda não haviam produtos personalizados, licenciados, e minha mãe adorava a revista Claudia.Certa feita, numa dessas revistas, saiu uma matéria com a minha ídala de infãncia,a Simony. Não pensei duas vezes, arraquei o adesivo da chapeuzinho vermelho recortei a foto da Simony da revista (minha mãe ficou doida!) e colei na merendeira, surgia assim, meu primeiro produto personalizado!