quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um Tomara-que-caia que virava saia- Parte II



Em uma se esperava a tia com sotaque de São Paulo, na outra a prima de Novo Hamburgo;
Em uma se cantava a música das caveiras que se amavam, na outra a gente tinha medo da adega debaixo da escada;
Em uma eu não ia no banheiro sozinha, na outra eu ia escanteio em dia de canastra;
Em uma a gente tomava Guaraná Polar o dia inteiro, na outra a gentia via as revistas Mon tricot e Burda
Em uma se subia ( e se caía ) da goiabeira, na outra tinha uva dedo de dama na parreira
Em uma o espanador era a “velha fuca” na outra o laboratório de borboletas era na garagem;
Em uma passeio de moto com primo, na outra as peripécias da tia recém solteira;
Em uma eu queria ser a Lídia Brondi, na outra se ouvia Julio Iglesias e Roberto Carlos;
Em uma eu perturbava as amigas do víspora, na outra moedas para o álbum de figurinhas dos ursinhos carinhosos, dos Menudos e do Roque Santeiro (sim da novela!)
Em uma eu namorava o Fábio Jr., na outra eu freqüentava junto o Salão da Dinorah e pedia para ficar embaixo do secador de cabelos, só um pouquinho!
Em uma palavras cruzadas, na outra escolhíamos as roupas na’Princesa;
Em uma tesoura quente para cachear os cabelos e jogo do anel (com fio de cabelo) na outra fuxicava o guarda-livros e o gabinete;
Em uma a turma do vizinho que só fazia “anarquia”, na outra, pão em forma de pombinha e Nescafé;
Em uma a gente rezava à meia luz e pedia por toda da a família, sem esquecer de ninguém, na outra “durma com Deus Deus te proteja” e havia um mosqueteiro que parecia uma barraca sobre a cama;
Em uma se esperava a hora de tomar banho de banheira, na outra banheira ao ar livre: só no verão!


Um comentário:

  1. Muito bom o texto, como é bom recordar...o Fábio Júnior parece um vampiro e o filho dele realmente é muito parecido, mas não é igual... Aqui você fala ainda das suas avós? Parabéns mais uma vez!

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